domingo, 24 de fevereiro de 2008

Mais um abalo sísmico na Região Norte é registrado


Jornal o POVO
Rita Célia Faheina da Redação
Equipe da UFRN está em Sobral para visitar as regiões atingidas por abalos sísmicos. Tremores foram sentidos ontem em Sobral e Alcântaras


19/02/2008 00:13 Casas no município de Alcântaras ficaram com rachaduras após o abalo sísmico do último sábado. Antes de começarem as aulas do período da tarde na Escola José Inácio Gomes Parente, ontem, no distrito de Jordão, em Sobral, Zona Norte do Estado, crianças e professores tomaram um susto: um leve abalo fez lembrar o tremor de terra que ocorreu na noite do último sábado atingindo vários municípios do Norte cearense e do Sertão dos Inhamuns.


Foi por volta das 13 horas que ocorreu o abalo de ontem, mais de pouca intensidade segundo a comunidade escolar. O mesmo foi sentido por moradores de Alcântaras onde, no sábado, o abalo sísmico atingiu a magnitude de 3,5 graus na escala Richter. Hoje, uma equipe do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que faz a monitoria da Região Nordeste, avalia o fenômeno em Sobral, Alcântaras e Coreaú. "O tremor de hoje (ontem) foi muito rápido e não deu para causar pânico entre os moradores como na noite de sábado passado. Estão sendo dadas aulas normais na escola", disse ontem ao O POVO, a professora Dilma Monte, 40, da Escola José Inácio Gomes Parente, no distrito de Jordão. Segundo ela, os recentes abalos sísmico estão assustando a população de cerca de seis mil habitantes da Serra do Rosário onde fica Jordão.



No Sítio Jardim, lembra Diva, o fenômeno causou a abertura de uma cratera. Também foi atingida a localidade de São Francisco, na Serra do Rosário. Com medo de que aconteçam novos tremores de terra, muitas pessoas estão se recusando a dormir em casa. Para acalmá-las e também atender àqueles que têm suas casas com paredes rachadas, o major Francisco das Chagas Brandão Melo, chefe do Laboratório de Sismologia da Defesa Civil do Estado, disse ontem que serão armadas barracas de lonas para servirem de abrigos. Ele vai acompanhar a equipe do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte durante um levantamento que fará hoje em Sobral, Alcântaras e Coreaú. "Faremos também um trabalho de conscientização com a presença de assistentes sociais para tranqüilizar as pessoas", completa o major Brandão.


Em Alcântaras, a 356 quilômetros de Fortaleza, outro abalo de pequena intensidade também ocorreu ontem, no início da tarde, segundo os moradores. "Deu fraco, não foi como na noite de sábado passado. Por aqui está tremendo de vez em quando e as pessoas vivem apavoradas", disse o secretário escolar Luis Carlos Gomes. Ele trabalha na Escola Estadual Francisco Monte onde as aulas estão sendo ministradas normalmente. Inhamuns Nas cidades de Catarina e Arneiroz, no Sertão dos Inhamuns, os moradores também sentiram o abalo sísmico do último sábado. "Aqui (Arneiroz) foi mais fraco do que no distrito de São Gonçalo, em Catarina", informou o funcionário do Hospital José Nei Leal Petrola, Francisco Paes Félix.



O abalo sísmico ocorrido na cidade de Catarina é confirmado também pela moradora Elizângela Alves. Em Arneiroz, os que moram na região de Chatinho, periferia da cidade, foram os que mais sentiram o tremor de terra. "Em Jericoacoara também sentimos o tremor de terra. Não ouvi nenhum estrondo, mas o barulho das telhas tremendo e a cama também", disse Carlos da Silva, que mora em Jijoca de Jericoacoara e enviou um e-mail ao O POVO. Ele informou ainda que vários de seus amigos confirmaram o abalo no último sábado. "O ultimo tremor sentido aqui em Jericoacoara foi no fim de 2006", completou.



SAIBA MAIS



O abalo sísmico que aconteceu no sábado passado, em torno das 23 horas, atingiu as cidades cearenses de Alcântaras, Camocim, Cariré, Coreaú, Granja, Forquilha, Guaraciaba do Norte, Jijoca de Jericoacoara, Jordão, Massapê, Meruoca, Morrinhos, Mucambo, Santa Quitéria, São Benedito, Sobral, Tianguá e Ubajara.


Também foram atingidos municípios do Piauí. Moradores do município de Sobral, a 230 quilômetros de Fortaleza, já tinham sentido outros abalos sísmicos em janeiro passado. O mais forte atingiu a magnitude de 2,5 graus na escala Richter, segundo o Laboratório de Sismologia da Defesa Civil do Estado. Embora haja notícias de tremores de terra em várias cidades da Zona Norte, a Defesa Civil considera oficialmente três municípios atingidos: Alcântaras, Jordão e Sobral. O Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que monitora o Nordeste, o abalo foi registrado em Alcântaras, às 22h59min, com duração de 30 segundos.


De acordo com os sismólogos, os tremores de terra são resultados da acomodação de camadas internas da crosta terrestre. Quando essa acomodação acontece, são emitidas vibrações para a terra, produzindo abalos. Essa acomodação acontece após o movimento das placas tectônicas. O Brasil está no centro de uma placa, a sul-americana, e sofre reflexos desses movimentos. O maior tremor de terra já ocorrido no Estado foi registrado em novembro de 1980, em Pacajus, com 5,2 na Escala Richter. Em junho de 2006, houve um tremor em Jordão, distrito de Sobral, com magnitude de 2,5 graus na escala Richter, e em Cascavel, foram registrados abalos de 2,2 graus na mesma escala. Em outubro de 2006, houve pânico na cidade de Ibicuitinga após um abalos sísmico de 2,6 graus na escala Richter. Casas ficaram com paredes rachadas.


Em julho do ano passado, foi a vez de Jaguaribara onde foi registrado um tremor de 2,3 graus na mesma escala. Este ano, em janeiro, a terra tremeu novamente em Jordão, distrito de Sobral, com um registro de 2,5 graus na escala Richter, segundo a Defesa Civil. No período de Carnaval, início deste mês de fevereiro, houve registros em Jordão e Meruoca.


Calculou-se a magnitude de 3,0 graus na Escala Richter. No Nordeste, os abalos têm causado mais medo que danos físicos. Porém, em João Câmara (RN), em 1986, os estragos foram reais. Cerca de 4 mil imóveis ruíram e várias edificações foram danificadas. Em Caruaru (PE), várias casas apresentaram rachaduras por conta dos tremores que ocorreram em 2002. O maior terremoto já registrado no Brasil foi o da Serra do Tombador, no Mato Grosso, em 1955, que atingiu 6,6 pontos na escala Richter e foi sentido a 600 quilômetros de distância do epicentro. Os tremores, segundo os sismólogos, são resultados da acomodação de camadas internas da crosta terrestre. Quando essa acomodação acontece, são emitidas vibrações para a terra, produzindo tremores. Essa acomodação acontece após o movimento das placas tectônicas. O Brasil está no centro de uma placa, a Sul-Americana, e sofre reflexos desses movimentos.


Essa matéria está cheio de erros?
Major BRANDÃO ---> Brandão não é major e sim um funcionário competente da Defesa Civil que vem atuando muito bem no CE.
Os tremores de terra são resultados da acomodação de camadas internas da crosta terrestre?

Essa explicação não é correta, acomodação existe em todo lugar. Na verdade, existe na região falhas geológicas que poder ser correlacionadas com essa atividade ou outra qualquer falha que não suporte a pressão da litosfera.

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Estação Sismográfica de Sobral já registrou 46 pequenos terremotos
Fonte: Radio Tabajara
20 de fevereiro de 2008


Desde 28 de janeiro, quando a população da zona norte começou a sentir constantes tremores de terra, até ontem, a Estação Sismográfica de Sobral registrou nada menos que 46 pequenos terremotos, sendo a magnitude mais forte registrada sábado, por volta das 23 horas, de 3.5 na Escala Richter. Somente ontem, foram oito tremores.

De acordo com técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que estão em Sobral analisando a situação, juntamente com técnicos da Defesa Civil, o epicentro dos tremores está localizado entre a Serra do Jordão e a cidade de Alcântaras.


“Coletamos dados da Estação de prefixo SBBR, que faz parte do Projeto Milênio, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), onde a UFRN assumiu a parte dos estudos de sismologia no Nordeste. Localizamos a região do epicentro e ela fica a 22 quilômetros a noroeste da Estação de Sobral, entre Jordão e Alcântaras”, explicou Eduardo Menezes, técnico em sismologia desta Universidade.


Causa



“Temos conhecimento de que os tremores provocados nessa região são movimentos de rochas no subsolo bastante profundos, para o que se conhece de Nordeste, chegam a 10, 12 quilômetros de profundidade. Pelos primeiros dados que podemos ver são atividades interessantes. Entre os dias 17 e 18 de fevereiro foram registrados, aproximadamente, 25 eventos”, relatou Menezes.


Além da visita dos especialistas, o Corpo de Bombeiros mobilizou 27 cadetes para darem assistência às cidades mais atingidas pelos abalos sísmicos, distribuindo panfletos e tentando tranqüilizar a população, explicando que tremores de terra são fenômenos naturais. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Sobral também informou que disponibilizará verbas para recuperar rachaduras de casas danificadas pelos abalos sísmicos.



“A Estação de Sobral está funcionando desde outubro de 2007, fazendo registros locais, mas ainda não tínhamos acesso porque o link de internet ainda não estava instalado. Agora poderemos monitorar toda atividade que ocorre nessa região”, explicou o mestrando em Geofísica, com especialidade em Sismologia, Heleno Carlos.



O técnico da UFRN, Eduardo Menezes, explicou que a Estação de Sobral possui sensor de banda larga, com vários espectros de sinal, sendo possível, dessa forma, precisar a direção exata de onde estão se originando os eventos.



“Essa região é propícia a esse tipo de fenômeno. Esses não foram os primeiros nem serão os últimos. Essa região sempre demonstrou atividade e a questão de aumentar ou não é complexa, porque estamos lidando com natureza. Em nenhuma parte do planeta é possível fazer previsão de tremor de terra. Nós, que estudamos, um dia, talvez, possamos prever, pelo menos com antecedência, eventos dessa natureza. Mas hoje não se tem essa resposta. Todos gostariam de ter, inclusive nós”, disse Menezes.



AGORA SIM: Esse pessoal da UFRN trabalha direito. Parabéns a toda Equipe da UFRN.

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