terça-feira, 20 de maio de 2008

Casas de Itacarambi têm reforço contra terremoto


Lívio Barbosa

Itacarambi. Vistas do alto, as 76 casas entregues ontem às vítimas do terremoto ocorrido em dezembro de 2007, no distrito de Caraíbas (Norte de Minas), até pareciam de brinquedo: pequenas e coloridas. Mas era entre os moradores e na poeira do chão de terra batida onde elas foram edificadas, em Itacarambi, que se podia entender o que cada moradia significa para os 400 desabrigados do tremor.

As casas entregues ontem têm dois quartos, banheiro, cozinha e sala. Elas foram construídas com um reforço de uma placa de concreto armado para evitar danos em caso de ocorrência de novos terremotos na região. O investimento foi de R$ 1,55 milhão.

Dona Saturnia Batista, 82, e o marido, Aprígio Nunes, 80, foram os primeiros moradores do distrito de Caraíbas e chegaram cedo a Itacarambi para tentar escolher uma casa. Colocaram duas cadeiras diante daquela que trazia uma lembrança da moradia destruída pelo terremoto de 9 de dezembro.

O interesse foi despertado devido a uma árvore de nome Caraíbas, semelhante à plantada no quintal da casa de Caraíbas, a 40 minutos do local. A família era a mais numerosa de Caraíbas e vivia em colônia, uma casa ao lado da outra. A matriarca teve sete filhos e ajuda a criar os 25 netos e dez bisnetos. Das 76 casas entregues ontem, 11 são da família.

Ontem, o governador Aécio Neves (PSDB) fez a entrega das chaves aos aposentados Raimundo Alves, 86, e Maria Pereira dos Santos, 86, os mais velhos entre os moradores. Em seu discurso lembrou a morte da menina Gesikely, 6, vítima do tremor 4,9 pontos na escala Richter.

Veralice de Oliveira, 25, mãe de Gesikely, disse que lembra da filha todos os dias e que recebe a moradia com um misto de tristeza e alegria. "Vou poder morar com minhas duas filhas em um local sem risco."

A maioria das casas em Caraíbas já foi demolida. Materiais que restaram serão usados por moradores para aumentar a nova casa. "Vamos fazer parcerias para trazer o desenvolvimento para essa comunidade", disse o governador Aécio Neves, se referindo à instalação de uma fábrica de farinha na região.


FONTE: o Tempo
--------------------------------------------------------------------------------------Fotografia da Globo.

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