Nunca vou dá dinheiro para calouro!!!
Tradição que precisa acabar
Discussão sobre os trotes cresceu à medida que as práticas de humilhação foram noticiadas. CA da Arquitetura já se comprometeu a acabar com trotes sujos
Érica Montenegro e Juliana Braga - Da Secretaria de Comunicação da UnB
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Sob o argumento de que sempre foi assim ou de que participa apenas quem quer, estudantes de diversos cursos da UnB prosseguem submetendo os novatos a rituais de humilhação.
Neste janeiro de 2011, o assunto chegou à Secretaria Especial de Políticas para Mulheres. Imagens das calouras de Agronomia lambendo uma linguiça lambuzada de leite condensado fizeram com que as autoridades cobrassem explicações da universidade.
Em 11 de janeiro, quando o trote aconteceu, a UnB Agência já havia denunciado as práticas de subordinação aplicadas aos calouros. As meninas tiveram de simular sexo oral. Os rapazes, deslizar no chão molhado. Todos tomaram banho em uma piscina de lama.
Cenas chocantes, porém repetitivas. Em julho de 2010, as mesmas situações foram vivenciadas pelos ingressantes. Seguindo a lógica que perpetua a violência, quem toma trote em um ano aplica no seguinte. As vítimas do ano passado foram os algozes deste início de ano.
As brincadeiras de mal gosto não são exclusivas da Agronomia. Levantamento da UnB Agência feito em outubro do ano passado mostra que pelo menos 20 cursos recepcionam os calouros com rituais de humilhação. No dia 22 daquele mês, Carlos Eduardo Leal, calouro da Engenharia de Redes, havia cortado o queixo durante o trote. Voltou para casa com sete pontos no rosto.
Mudar uma tradição requer, sobretudo, reflexão. A indignação contra os trotes sujos cresceu à medida que as práticas viraram manchetes. No início deste semestre, a Comissão de Boas-vindas da UnB resolveu recepcionar os calouros com a campanha Atitudes Universitárias. O DCE aumentou a mobilização em torno do trote solidário e a direção do CA da Arquitetura declarou, na semana passada, que não praticaria mais o trote sujo.
Ao não se reconhecer nas imagens que chocaram a sociedade, a comunidade UnB inicia a mudança. Não será mais assim, mesmo que alguns poucos queiram.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
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