sexta-feira, 13 de julho de 2007

TREMOR NO AÇUDE CASTANHÃO (12/7/2007)

Estudo previa abalos sísmicos (Diário do Nordeste)


Há cerca de duas décadas, os ´tremores de terra´ no Castanhão são motivo de polêmica entre especialistas em geologia

Limoeiro do Norte. O Castanhão foi construído em cima de uma falha geológica no Vale do Jaguaribe. Essas falhas podem ocasionar abalos sísmicos, mais conhecidos como “tremores de terra”. Há cerca de duas décadas, este assunto é motivo de polêmica e divergência entre especialistas em geologia. A Associação Brasileira de Geógrafos foi contrária à construção do açude naquele local pela falta de informações suficientes.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo alertou, em 1992, que “a barragem do Castanhão será edificada numa das principais zonas sismogênicas do Brasil”. Os projetistas do Dnocs, órgão responsável pelo açude, sempre negaram que isso fosse motivo para a não-construção da obra. Desde segunda-feira, quando aconteceu o último tremor na região jaguaribana, equipe de cientistas estão monitorando o local.

Uma equipe de sismólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), coordenada pelo professor Joaquim Ferreira, está no Açude Castanhão monitorando 24 horas por dia os abalos sísmicos ocorridos este ano e que têm assustado a população do município de Jaguaribara, temerosa de que os tremores de terra afetem a parede do açude. Essa preocupação de que esses fatos geológicos ocorressem no Vale do Jaguaribe foram motivos de discussão entre especialistas e até audiência pública na Assembléia Legislativa.

Há 15 anos, os riscos de abalos sísmicos foram alertados aos projetistas do Dnocs na região onde hoje está o Castanhão. A informação do IPT consta do levantamento “A face oculta do Açude Castanhão”, do engenheiro Cássio Borges, ex-diretor do Dnocs. No estudo, o geólogo José Augusto Mioto, do IPT, alega ter sido a construção do Castanhão sem certos critérios, daí a impossibilidade de dizer se a construção provoca ou não algum sismo.

Conforme o atual diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, o Brasil não tem tradição em terremotos. “Continuamos tranqüilos de que esses tremores não afetarão a parede da barragem”. Afirma que após o terremoto de ontem de 2,3 graus na escala Richter informou ao governador que os cientistas estão monitorando a área, até para o caso de acionarem a Defesa Civil, “mas a barragem foi construída para agüentar fortes abalos”, disse na matéria exclusiva de ontem do Diário do Nordeste.

Elias esclarece que a barragem foi construída com Concreto Compactado Enrolado (CCE), em substituição à argila, antigamente utilizada na construção de barragens. Quando foi percebida a falha geológica, houve mudança da construção para o CCE. “Se fosse parede de argila, talvez o terremoto que houve causasse algum dano, rachadura”.

Não eram comuns terremotos na região onde se localiza o açude castanhão. Os abalos que têm preocupado o Dnocs, embora considerados pequenos, são recentes: o primeiro no dia 24 de junho, de 2,1 graus na escala Richter (que vai até nove); e o de ontem, o maior.

Pelo histórico do laboratório de Sismologia da UFRN, o maior terremoto já registrado no Ceará foi de 5,2 graus na escala Richter e aconteceu na região do município de Pacajus, em 1980, superando o maior ocorrido no Rio Grande do Norte, de 5,1 graus.

Construção

Para a professora doutora em Geografia Ambiental, Vanda Claudino Sales, do departamento de Geografia da UFC, mesmo com todas as denúncias “óbvias” dos riscos e danos ambientais na falha geológica, resolveram fazer a construção do Castanhão.

“Por meio do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) e da Associação Brasileira de Geógrafos, defendemos uma maior discussão sobre a viabilidade desse açude. Na quase totalidade dos casos, os relatórios têm sido feitos apenas no sentido de confirmar os projetos”, disse.

Melquíades Júnior
Colaborador


Meus Comentários:
Os especialistas, em parte, estão com a razão, pois uma barragem realmente localizada numa área de risco, ou seja, uma das regiões sismogênicas do Brasil (limite da bacia Potiguar, no Brasil tem zonas sismogênicas por incrível que pareça) pode ocorrer sismos devido a alteração de esforços locais, entretanto a previsão de sismicidade induzida é algo ainda em estudo, pois recentemente a Sismos induzido também ocorreram regiões assísmica e até em regiões sísmicas onde aconteceu o inverso, diminuindo a sismicidade natural. A UFRN vem fazendo monitoramento adequado para essa região
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6 comentários:

  1. Gostaria de saber se com todos esses indicios de que a região jaguaribana é uma areo de sismos porque construiram a barragem do Castanhão. Eu acho que por mais vislumbramento politico que a obra pudesse dar aos politicos que contribuiram para a realização da mesma, eles não seriam tão imprudentes e ambiciosos ao ponto de colocarem em risco toda uma população de uma determinada área, no caso a região jaguaribana. peço as autoridades que se pronuciem para que as especulações que tanto amendrotam a nossa população, principalmente a menos esclarecida e que não tem acesso a informação.
    Atenciosamente Luiz Robério de Almeida Maia - Professor de Informática.

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  2. Sr. Luiz Robério de A. Maia,

    Como eu coloquei no texto final. É uma área de risco, no entanto, isso não indica que vai acontecer sismo. Em Assu-RN, foi construído uma barragem e lá teve tremores que assustou a população, mas nada que comprometesse as construções ou cidade mais próxima. Eu não conheço à área, mas eu acredito que a população não deve ficar preocupada e acredito que cidade Nova Jaguaribara deve ter sido construída numa região alta ou fora de risco. Para maior esclarecimento entrar em contato com a equipe da UFRN.

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  3. Gostaria de saber de vós, se um estudo em relação ao método construtivo, aos materiais empregados, a quantidade desses materiais e ao dimensionamento do açude, além de estudos geológicos, de impacto ambiental dentre outros, foram feitos em relação a um posível sismo mais forte na região, a fim de proteger a população local, ou foi desconsiderado qualquer hipótese de tremor na época de seu projeto.
    O que fazer quando essa estrutura se sentir abalada por tremores? Há planos de evacuação? Há planos de reparos emergenciais? Quais providências estão previstas? E qual o real valor deste açude em relação à vidas humanas colocas em risco?
    Ass.: Anônimo
    -Técnico em Edificações
    -Engenheiro/ Arquiteto e Urbanista
    -Especialista em Patologia das Edificações
    -Especialista em Construções Resistentes à Catástrofes Naturais

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  4. POR FAVOR EU QUERIA SABER MAIS ASSIM A GOTA MAXIMA DO CASTANHÃO EU ACHO QUE DEVERIAM FAZER MAIS PAGINAS PARA AS PESSOAS FICAREM BEM INFORMADAS DE TUDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO

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  5. FIQUEI,MUITO PREOCUPADA, POIS TODA A MINHA FAMILIA MORA PERTO DESSA AREA.GOSTARIA DE SABER QUEM TOMA CONTA DO AÇUDE AGORA/

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