SÃO PAULO – Nova técnica de processamento de dados sísmicos cruza ruídos da crosta terrestre e pode, no futuro, prever terremotos
O sismologista da Universidade de Illinois Xiaodong Song e seu aluno Zhen J. Xu passaram pelo menos os últimos cinco anos “ouvindo” o som de rochas. Com a técnica chamada correlação do barulho ambiente, eles cruzam ruídos gravados entre estações sísmicas para analisar o campo de ondas que se encontram dispersadas na superfície.
“As fontes desse campo que viaja pela Terra são, em sua maioria, as ondas do oceano, batendo na costa e no fundo do mar”, explica Song à INFO. “Portanto, com essa técnica, não precisamos de um terremoto para observar a propagação de ondas entre duas estações sísmicas: ela funciona perfeitamente bem para ondas de superfície”, diz.
Em outras palavras, é possível observar as ondas de superfície de quaisquer dois pontos na Terra a partir da correlação do barulho ambiente – ou “ouvi-las” enquanto se propagam.
Utilizando sismógrafos em estações sísmicas ao redor do mundo, os pesquisadores conseguiram obter dados a respeito de ondas em intervalos de cinco a 70 segundos. A técnica permite um alcance de até 100 quilômetros abaixo da superfície terrestre e, segundo Song, “é completamente repetível a qualquer momento, pois o barulho ambiente está sempre lá”.
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