fonte:Jornal do Brasil
Joana Duarte, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - O pesquisador italiano Giampaolo Giuliana, que há poucos dias apontou para a iminência de um terremoto no centro do país, reitera que a catástrofe que se abateu esta madrugada na Itália poderia ter sido evitada. Em entrevista ao JB, porém, George Sand França, chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) e Cristiano Chimpliganond explicam que sismos ainda são considerados fenômenos difíceis de se prever devido à complexidade da Terra e porque nem sempre são precedidos por fenômenos fáceis de se detectar.
É possível prever um terremoto?
Atualmente não há uma metodologia prática e segura para previsão de terremotos. Há muito tempo os cientistas estudam uma forma de predizer a ocorrência, utilizando algumas feições observadas antes de grandes terremotos. Dentre elas a emissão de gás radônio, pequenos eventos precursores (pré-abalos), mudança no comportamento de animais e deformação da crosta. Entretanto, nem sempre essas feições são observadas, mostrando a complexidade do processo causador de um terremoto, que depende, por exemplo, da distribuição dos esforços tectônicos no local e das propriedades físico-químicas da rocha na falha.
Qual o grau de precisão das ferramentas atuais?
Predições de terremotos de longo prazo (centenas a dezenas de anos) e de médio prazo ( dezenas de anos) são feitas para grandes terremotos, pois em geral há um tempo de recorrência para esses eventos observada ao longo da história sísmica da região. Para esses casos há um erro muito grande associado. Predições de curto prazo, como a feita pelo técnico Giampaolo Giuliani, são muito mais específicas.
Governantes devem ou não tomar providências quando sismólogos alertam para um possível terremoto?
Sim. A questão é quais providências a serem tomadas. Criar e respeitar códigos civis de construções adequados à realidade de cada país, educar a população e treiná-la para o caso de como se comportar quando ocorrer um terremoto. A cidade de L'Aquila, por ser histórica, talvez não siga as normas estabelecidas no Código civil de construção.
O senhor condena a atuação do governo italiano nesse caso?
Não condeno o governo italiano por não fazer o alarme, pois nem a própria ciência tem certeza da eficiência da previsão de terremotos.
Como pode-se avaliar um terremoto de 6,3?
Um terremoto de magnitude 6,3 libera energia equivalente à bomba de Hiroshima. No entanto, grande parte da energia liberada é dissipada na forma de calor e na propagação das ondas sísmicas. Esse tamanho de terremoto é capaz de causar danos de intensidade 10 na Escala Mercalli Modificada, equivalente a destruição da maioria das construções, danos sérios a barragens e diques, rachaduras no solo e ondulações de cimento e estradas asfaltadas, trilhos levemente entortados.
21:37 - 06/04/2009
A cidade italiana não se chama Atila e sim L'Aquila.
ResponderExcluirSim, os terremotos podem ser previstos. Desde que se saiba o que é exatamente um terremoto e equipamentos para monitoramento possam estar disponíveis.
Os terremotos estão relacionados com emanações de gases oriundos de grandes profundidades no interior da terra. Entre esses gases estão o radônio, hélio, metano, nitrogênio, etc. Além de monitorar anomalias desses gases é importante verificar possíveis anomalias no comportamento de animais, pois alguns podem pressentir esses gases.
Obrigado Anônimo. (Para ter mais crédito, coloque seu verdadeiro nome.)
ResponderExcluirEssa matéria foi editada pelo Jornal.
Contínuo afirmando que NÃO. O Anônimo tem razão com relação a emissão de gases, mas a complexidade da terra hoje não permite afirmar que o mesmo comportamento da emanações de gases é uniforme em todo globo e nem os animais ainda não são parâmetros para tal previsão (na China usa cobras, mas nada concreto, pois reações de animais pode ser qualquer perigo).
Talvez ele tenha razão para região de L'Aquila, mas no Japão ou em São Francisco provavelmente não.
A previsão ainda é especulação