Em artigo na Nature, cientistas descrevem registro inédito do processo de cura do solo após terremoto que matou mais de 26 mil pessoas no Irã
Com ajuda do satélite Envisat, da Agência Espacial Européia (ESA), um grupo de cientistas conseguiu registrar o processo de “cura” do solo após o terremoto que atingiu a região da cidade de Bam, Irã, em 2003.
Com magnitude estimada em 6,3 na escala Richter, o terremoto provocou a morte de mais de 26 mil pessoas, ferindo outras 30 mil e destruiu a cidade.
As imagens, obtidas pelos pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley e Riverside e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, revelam a deformação e a recuperação da crosta terrestre, na primeira vez em que o fenômeno pode ser observado diretamente. O estudo foi publicado em artigo na edição desta quinta-feira (5/3) da revista Nature.
Terremotos causam dilatações na zona atingida, em um processo por meio do qual a perda de material granular aumenta a porosidade e o volume da falha entre dois blocos rochosos.
O terremoto em Bam ocorreu em uma falha localizada diretamente sob a cidade. O evento produziu grandes cortes em profundidades de 3 a 7 quilômetros, mas deixou poucos sinais na superfície.
Os pesquisadores usaram uma técnica de sensoriamento remoto conhecida como InSAR para montar um conjunto de imagens feitas por radar que ressalta as variações na deformação na superfície nos três anos seguintes ao terremoto.
As imagens revelaram ainda o afundamento nas partes acima da falha, que, segundo os autores do estudo, teria sido causado por uma reversão na dilatação gerada durante o terremoto.
O artigo Shallow fault-zone dilatancy recovery after the 2003 Bam earthquake in Iran, de Eric Fielding e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em http://www.nature.com
(Agência Fapesp, 5/3)
JC e-mail 3714, de 05 de Março de 2009.
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