Terremoto explicaria sumiço de lago chileno

Aquecimento global é outra hipótese levantada

Geólogos começam a levantar hipóteses para explicar o misterioso desaparecimento de um lago no Chile. Localizado a cerca de dois mil quilômetros de Santiago, no Parque Nacional Huemules, na Patagônia, o lago secou praticamente da noite para o dia, deixando em seu lugar uma gigantesca fossa de 30 metros de profundidade.

O fato chamou a atenção de especialistas do mundo inteiro.

Entre as diversas hipóteses apresentadas para explicar o sumiço está a que atribui o desaparecimento do lago a um terremoto, que atingiu uma área vizinha em abril. Com intensidade de seis graus na escala Richter, ele teria feito surgir uma rachadura no fundo do rio, por onde a água teria escoado.

Mas ainda faltam evidências que comprovem essa tese.

Andrés Rivera, glaciologista do Centro de Estudos Científicos de Valdivia, disse que é necessário ver a área antes de qualquer conclusão.

— É uma região muito dinâmica, onde lagos podem, eventualmente, se formar e desaparecer por causa da movimentação do gelo, sem chamar a atenção, ainda mais em uma região remota como essa.

Gelo teria derretido, liberando a água Alguns especialistas dizem que o lago poderia estar cercado de muros, literais paredes de terra, que teriam se rompido por causa de infiltrações, provocando a saída da água.

Outros garantem que não houve nada de extraordinário, e que o que aconteceu foi simplesmente o derretimento do gelo do local.

Stephan Harrison, da Universidade de Exeter, na Inglaterra, especialista na Patagônia, é um dos que atribui o desaparecimento do lago a causas naturais.

— Provavelmente, foi um processo natural. O gelo deve ter derretido, liberando uma enorme quantidade de água.

Tais fenômenos estão acontecendo com mais freqüência em todo o mundo graças ao aquecimento global e às mudanças climáticas, que têm causado tais derretimentos.

Uma palavra mais conclusiva sobre o que ocorreu só poderá ser dada dentro de algumas semanas, depois que geólogos conseguirem chegar à remota região.
(O Globo, 26/6)