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A mais famosa história de terremoto no Recife ocorreu a 28 de outubro de 1811, quando a cidade teria sofrido três gigantescos abalos. De acordo com documentos da época, na semana em que se deu o fenômeno os recifenses iniciaram uma polêmica. Uns falavam que foram, mesmo, tremores de terra. Outros disseram que tudo não passou de um grande trovão. E, assim, o fato passeou pelas rodas de conversa até cair no esquecimento. Mas, quando em 1859 Dom Pedro II visitou Pernambuco e quis saber o que realmente teria acontecido, de novo a versão de terremoto ganhou força. E, prontamente, relatórios passaram a ser elaborados. Todos, para satisfazer a curiosidade do imperador.
Entre esses documentos, o mais célebre foi escrito pelo Visconde de Suassuna que era senador e não quis deixar D. Pedro sair de Pernambuco sem notícias transmitidas por uma autoridade política. Detalhe: na época dos supostos tremores, o Visconde tinha 18 anos, não ouviu nada porque, como ele próprio escreveu, "estava assistindo aulas em Olinda" mas, ainda assim, produziu um relato de quase cem linhas. O relatório foi escrito a partir de "informações de diversas pessoas que me merecem inteira confiança" e conta que tudo aconteceu "pelas oito horas da noite pouco mais ou menos". Diz que foram três grandes e prolongados estrondos, com intervalos de uns cinco minutos de um a outro.
O relatório do Visconde de Suassuna narra que "o segundo tremor foi mais forte que o primeiro e último" e detalha os estragos provocados pelo fenômeno. Diz, por exemplo, que uma armação de chafariz construída no Pátio do Livramento "foi abatida pelo estremecimento da terra" e que no interior das casas "os objetos que se achavam sobre as mesas ameaçaram precipitar-se ao chão". Sobre a reação dos recifenses, o documento informa: "o povo corria para uma e outra parte dirigindo invocação ao Altíssimo". No final do texto, o senador conta que três iguais estrondos também foram ouvidos em Olinda e "em todos os lugares os habitantes se alvoroçaram da mesma sorte que os do Recife". Os historiadores que recuperaram e reproduziram o documento do Visconde de Suassuna (entre os quais Perreira da Costa) não discutem a seriedade dessa peça histórica.
Mas como explicar o fato de o senador não ter ouvido os estrondos no Recife porque se encontrava em Olinda, quando o relatório que ele escreveu diz que também ocorreram tremores em Olinda e os habitantes de todos os lugares se alvoroçaram? Indagações à parte, vai aí a frase que fecha o relatório do Visconde: "nesse mesmo ano e semanas anteriores ao dia do tremor, teve lugar a aparição de um cometa de cauda branca o que só deixou de ser visto depois do fato do tremor". Além de relatórios como o do Visconde de Suassuna, Dom Pedro II saiu de Pernambuco levando na bagagem outros textos produzidos por intelectuais, sobre o famoso terremoto que teria ocorrido no Recife.
O historiador Pereira da Costa informa, nos "Anais Pernambucanos", que uma dessas peças foi produzida pelo comendador Manuel Figueiroa de Faria (que era redator-proprietário do Diário de Pernambuco) e começava assim: "No ano de 1811 (não me recordo o mês) ao toque da Ave-Maria, sentiu-se na cidade do Recife um grande tremor subterrâneo, que aterrorizou a população, que de um só brado clamou aos céus - Misericórdia!"
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Historias de Pernambuco --> http://www.pe-az.com.br/fenomenos_naturais/tremores_terra.htmEntre esses documentos, o mais célebre foi escrito pelo Visconde de Suassuna que era senador e não quis deixar D. Pedro sair de Pernambuco sem notícias transmitidas por uma autoridade política. Detalhe: na época dos supostos tremores, o Visconde tinha 18 anos, não ouviu nada porque, como ele próprio escreveu, "estava assistindo aulas em Olinda" mas, ainda assim, produziu um relato de quase cem linhas. O relatório foi escrito a partir de "informações de diversas pessoas que me merecem inteira confiança" e conta que tudo aconteceu "pelas oito horas da noite pouco mais ou menos". Diz que foram três grandes e prolongados estrondos, com intervalos de uns cinco minutos de um a outro.
O relatório do Visconde de Suassuna narra que "o segundo tremor foi mais forte que o primeiro e último" e detalha os estragos provocados pelo fenômeno. Diz, por exemplo, que uma armação de chafariz construída no Pátio do Livramento "foi abatida pelo estremecimento da terra" e que no interior das casas "os objetos que se achavam sobre as mesas ameaçaram precipitar-se ao chão". Sobre a reação dos recifenses, o documento informa: "o povo corria para uma e outra parte dirigindo invocação ao Altíssimo". No final do texto, o senador conta que três iguais estrondos também foram ouvidos em Olinda e "em todos os lugares os habitantes se alvoroçaram da mesma sorte que os do Recife". Os historiadores que recuperaram e reproduziram o documento do Visconde de Suassuna (entre os quais Perreira da Costa) não discutem a seriedade dessa peça histórica.
Mas como explicar o fato de o senador não ter ouvido os estrondos no Recife porque se encontrava em Olinda, quando o relatório que ele escreveu diz que também ocorreram tremores em Olinda e os habitantes de todos os lugares se alvoroçaram? Indagações à parte, vai aí a frase que fecha o relatório do Visconde: "nesse mesmo ano e semanas anteriores ao dia do tremor, teve lugar a aparição de um cometa de cauda branca o que só deixou de ser visto depois do fato do tremor". Além de relatórios como o do Visconde de Suassuna, Dom Pedro II saiu de Pernambuco levando na bagagem outros textos produzidos por intelectuais, sobre o famoso terremoto que teria ocorrido no Recife.
O historiador Pereira da Costa informa, nos "Anais Pernambucanos", que uma dessas peças foi produzida pelo comendador Manuel Figueiroa de Faria (que era redator-proprietário do Diário de Pernambuco) e começava assim: "No ano de 1811 (não me recordo o mês) ao toque da Ave-Maria, sentiu-se na cidade do Recife um grande tremor subterrâneo, que aterrorizou a população, que de um só brado clamou aos céus - Misericórdia!"
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